Jogo um jogo comigo mesma
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Jogo um jogo comigo mesma

Jogo um jogo comigo mesma
De pergunta e resposta
Muitas vezes alegria
Por que o céu é azul?
Para onde o vento vai?
Quando nasce a felicidade?
Ou quanto anda um tamanduá?

Mas este jogo escurece
Quando fico sem resposta

Para que serve o trabalho
Se com um soro a vida se vai?

Para que serve a casa bonita,
Se há fome e miséria e ambição?

Para que serve ter uma vida se
Ela é destruição?

E cada vez mais nervosa
Vou ficando encurralada
Não encontro uma saída

Não sei, não sei, não sei respondo para afastar
A angústia que vem chegando
A angústia presumida
A cegueira é branca
Me adverte Saramago
O nada é neve
Leve e solta, sorrateira

Fica quase insuportável
Quando Duque vira-lata resgatado
Pede pra brincar
Pula em cima com patas finas
Desproporcionais
Traz o pano; traz a bola
Pula, joga sem parar

Nada disso ou daquilo
Nada de jogo de azar
Nem niilismo e destruição
A vida dele é respiração
E cada coisa em seu lugar